Até que enfim o primogênito Bridgerton está a procura de uma noiva! Para preencher a vaga, a moça precisa: ser agradável aos olhos, inteligente, e — o principal — não fazer Anthony Bridgerton se apaixonar. Logo, a disputada Edwina Sheffield, se encaixa nos requisitos, mas primeiro Anthony deve conseguir a aprovação da irmã mais velha da jovem, Kate Sheffield.
Quem não ama produções Enemies to Lovers? Aquelas focadas em protagonistas que se odeiam, mas eventualmente se apaixonam… Pode-se dizer que o segundo título desta série acertou em cheio neste clichê ao criar com cuidado camadas de respeito e admiração antes de o romance acontecer de verdade.
Em vez disso, ele não conseguia parar de pensar em Kate. Que, ao mesmo tempo que o enfurecia, conquistara seu respeito. Como ele poderia deixar de admirar alguém que se agarrava com tanta força às próprias convicções?
Em O Visconde que me Amava, é adorável como a trama acontece de maneira devagar, e temos de apreciar as pequenas ações da história, nos apaixonando junto com os personagens principais. A simpatia com a qual a autora desenvolveu as personalidades secundárias também é impressionante, e mostra que os protagonistas não precisam ter um passado fundado de maus-tratos e abusos familiares, é normal ter uma família 100% funcional e que te ama, e mesmo assim ter suas inseguranças.
Prezado leitor, Vamos encarar os fatos: lemos romances para nos apaixonar.
Julia Quinn, em O Visconde que me Amava (página 266,)
Se você tem preguiça de ler a nota dos autores, deveria largar esse hábito agora mesmo! É a partir desse momento em que conhecemos mais sobre seus processos de escrita, e neste caso, Julia Quinn fala sobre a criação de heróis que não sejam perfeitos para não serem entediantes. Com certeza, não há nada mais reconfortante que saber que até mesmo os personagens que admiramos e amamos também possuem falhas como nós.
Vamos ao contexto histórico… Como todo homem da época, Anthony também reproduz pensamentos de cunho machista, mas isso se deve quase que por completo ao fato de ser o homem mais velho da família, e lidar com as várias responsabilidades.
É de conhecimento universal que não há nada mais essencial que a química em um romance, e os leitores ficarão felizes de saber que O Visconde que me Amava é repleto de dinâmicas e interações entre o Bridgerton e a Sra. Sheffield.
– De fato, eu não deveria provocá-la. Não é muito inteligente de minha parte, não é? O problema, porém, é que simplesmente não consigo evitar. – Ele sorriu com um ar lascivo e fez um gesto de impotência com as mãos. – O que posso dizer? A senhorita desperta algo em mim, Srta. Sheffield.
No entanto, que decepção que temos com a capa do livro! O tempo todo é dado ênfase na aparência de Kate, mas não vemos nada de parecido com a mocinha da capa. Menos um ponto para você, Editora Arqueiro!
Como sempre, Quinn escreve com elegância, paixão e uma pitada de humor com uma linguagem simples e nos cativa mais uma vez. Alguém tem coragem de falar em voz alta que O Visconde que me Amava deveria ser lido antes de O Duque e Eu?
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